Sim, é possível programar no Windows
Pela quarta vez o conector do meu carregador MagSafe 2 queimou. Fui à loja oficial (recentemente inaugurada), e o novo carregador (de 65W e eu precisava de 85W), está a custar nada mais, nada menos que 60.000,00 AKZ. Pensei comigo, se tenho que gastar este valor todo, tenho que ter certeza que o problema não vai se repetir. Foi então que levei o MacBook para um centro de assistência da Apple autorizado para saber o que estava causando o aquecimento no conector a ponto de queimar. Para minha surpresa, sugeriram que se trocasse a placa mãe e o custo de tudo isso rondava acima dos 250.000,00 AKZ. Resultado, tive que aposentar o meu MacBook Pro.
Depois desta cena toda, não tive outra opção que não fosse recuperar o meu antigo Lenovo com Linux (Ubuntu 12.04) instalado.
O primeiro passo foi actualizar o Ubuntu para a versão 16.04 eactualizar todas as aplicações que tenho usado, actualizar o ambiente de desenvolvimento, clonar os projectos e começar a trabalhar. Contudo, durante mais ou menos dias a trabalhar com o Ubuntu, sentia sempre falta de alguma coisa. Talvez por uma questão de hábito no MacOS, não conseguia ter a mesma produtividade com o Ubuntu. Começando com a questão dos Softwares que muitas vezes as alternativas nem sempre funcionam como deveriam ou não são simples de instalar.
Um software que muito usava para gerir os Bancos de Dados quer seja do MariaDB como do PostgreSQL, era o DataGrip. Primeiro tive dor de cabeça para reconhecer a versão do Java que já estava instalado e depois tive que dar um monte de voltas para criar um simples ícone no ambiente de trabalho.
Apesar de eu não ser designer, muitas vezes surge sempre a necessidade de editar uma ou outra imagem, e segundo a opinião da comunidade, o programa que melhor faz isso no mundo Linux é o Gimp. Mas vamos ser sinceros, para quem trabalha com Photoshop ou Fireworks para edição de imagens irá perceber de primeira que o Gimp está longe de ser um programa ideal para edição de imagens (talvez seja pelo hábito mesmo).
Sem falar do problema que tive com o monitor externo que uso. Toda vez que eu desligasse o monitor, eu tinha que reconfigurar a resolução da tela.
Enfim, foram vários pontos que me fizerem pensar no Windows. Recuperei um outro Lenovo que tinha o Windows 10 instalado. Actualizei o sistema, e activei “Bash on Ubuntu” na esperança de começar a desenvolver também em Rails no windows.
O primeiro problema com que deparei, foi que não pude instalar o PostgreSQL devido a um problema relatado aqui. Foi então que resolvi instalar o PostgreSQL no Windows mesmo apesar da lentidão (mas dava para aguentar).
Instalei o Ruby e o Rails sem problemas, e até pude gerar uma aplicação. O problema começou quando tentei rodar a aplicação. Não pude continuar devido a falta de suporte “libinotify”. Problema que parece ter sido resolvido na build 14942.
E eu não podia continuar com o Windows sem a possibilidade de denvolver em Ruby/Rails. Foi então que lembrei-me do Vagrant (Falarei da instalação e configuração do Vagrant no Windows num próxim post). Instalei o VirtualBox, Instalei o Vagrant e depois de algumas configurações, estava apto a começar a desenvolver em Ruby/Rails.
Hoje, consigo desenvolver em PHP, Ruby (Rails), Java (mais para Android e fins acâdemicos) e C# no Windows, e ainda consigo estudar Elixir e Phoenix Framework. Com a vantagem de poder usar outros softwares como o Office 2016, CorelDraw X8, Photoshop e muitas outras aplicações disponíveis apenas para Windows.
Resumindo, passei a ter uma máquina de desenvolvimento com as seguintes caracteríscas:
Hardware:
Lenovo W540 (já pensando no Lenovo P70)
Sistema Operativo: Windows 10 (build 14393.321)
Memória: 32 GB
Disco: 500 GB (já pensando num SSD de 1TB)
Software:
VirtualBox + Vagrant : apenas para desenvolvimento em Ruby e Rails.
PostgreSQL/MariaDB (instalados no Windows)
ConEmu (Emulador do Console do Windows – https://conemu.github.io/)
Monosnap (para Captura de tela – https://monosnap.com/welcome)
Atom e SublimeText3 (Editores de Texto)
Eclipse Neon (Para desenvolvimento em Android)
pgAdmin 4 (Ambiente gráfico para PostgreSQL que está muito melhor que a versão 3).
HeidiSQL (Ambiente gráfico para MySQL e MariaDB, também suporte PostgreSQL)
Apache2.4/PHP7.0.1 (Servidor Web Local para Desenvolvimento em PHP)
Erlang/Elixir
Slack (Comunicação)
Franz (todos os programas de Mensagens/chat num único lugar – http://meetfranz.com/)
Dropbox e OneDrive (Backup de Arquivos/Documentos)
Git (Versionamento de Código)
Com estes softwares instalados e configurados correctamente, já não preciso sair do Windows para completar as minhas tarefas do dia-a-dia, seja elas quais forem. E tirando a conexão da aplicação Rails no Vagrant com o PostgreSQL no Windows, ainda não notei problemas de performance.
Sendo assim, já não vejo necessidade de dizer que é impossível programar no Windows. E já não tenho porque gastar uma fortuna para continuar no Mac.
Nos próximos posts falarei de algumas configurações que tive que fazer de forma a ter o ambiente mais funcional possível.
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